sábado, 23 de abril de 2011

Antes tarde do que nunca


Até poucos meses atrás "Black swan" era a febre do momento. No carnaval de Salvador, tivemos uma enxurrada de Cisnes Negros. Só se falava de Natalie Portman, e seu incrível trabalho. Mas eu, do contra como sempre, não assisti. Juro que nem foi pra ser uma daquelas pessoas chatas que não seguem a tendência, ou alguma coisa do tipo, foi apenas falta de oportunidade mesmo.
Então há alguns dias atrás, enquanto "fugia" de algumas obrigações, ouvi Lago dos Cisnes e lembrei-me do que ainda não tinha feito e resolvi baixar o filme e corrigir essa falha.
Confesso que comecei a assistir o filme meio apreensiva. Afinal os últimos comentários que escutei sobre o filme não tinham sido muito positivos, e todos estes últimos falavam que o filme caía no clichê. Mas depois dos primeiro minutos de filme a apreensão deu lugar ao mergulho na trama e no trabalho fantástico de Natalie. Fiquei tão empolgada com o filme que não consegui me conter e tive que vir aqui falar sobre o filme, mesmo com tantos relatórios da faculdade me esperando.
Acho que quando me falaram sobre o clichê, focaram apenas na primeira questão que é apresentada: A relação mãe super protetora e filha super protegida. Embora esta não me pareça tão clichê assim.
A mãe de Nina, personagem principal, lhe protegeu tanto da vida, que acabou não lhe deixando espaço pra viver. E "repertório de vida" era uma coisa que o personagem Cisne Negro exigia de Nina. Pois esta só conhecia a prisão do Cisne Branco. E conseguir todo o repertório de uma vida, em poucas semanas pode ser uma experiência intensa demais pra sanidade aguentar.
Outra questão que me chamou muito a atenção, foi a relação de Nina e Lily.
Lily é uma recém-chegada na companhia, e desde o seu primeiro dia exerce uma atração absurda em Nina. Poderia dizer que os opostos se atraem. Mas não me arrisco a tanto. Neste caso acredito que a atração seja fruto da igualdade. Lily era o lado negro de Nina. Li uma vez que o defeito que para nós é mais difícil de tolerar em outra pessoa, é aquele que possuímos. Acho que esse é o motivo pelo qual Nina começa a enxergar Lily como uma inimiga, e a criar essa competição que na verdade só existia em sua cabeça.
Pra quase finalizar, vou falar sobre a loucura de Nina.
Assim como em 'Uma mente brilhante', o filme faz o espectador se perder entre o que é verdade e o que é alucinação. E isso é que eu mais gosto. Gosto tanto disso, porque a loucura me fascina, e nós "sãos" temos a mania de nos distanciar dessas coisas, não sabendo que a linha que separa a sanidade da loucura é muito tênue.
E agora pra finalizar de verdade queria dizer que o mergulho de Nina, no Cisne negro e o de Natalie em Nina me tocou profundamente. A curva dessa personagem foi desenvolvida com maestria pela atriz e me arrepiei ao ver a transição Cisne Branco/ Cisne Negro/ Cisne Branco.
Por essas e outras questões me apaixonei pelo filme. E além do mais, ter Tchaikovsky como trilha sonora é MARAVILHOSO.