quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Metade

(Oswaldo Montegro)
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também

Tropeços

 ‘Tropeços’ foi um dos espetáculos trazidos à Salvador pela Mostra SESC de Artes. E indo de encontro a todo o meu planejamento do dia, assisti a esta apresentação, e até hoje não consigo acreditar onde este tropeço pôde me levar.
Ao se sentar na platéia, o público se depara com uma mesa, repleta de velas cobrindo sua extensão, que servirá de cenário para a representação. Em cima desta mesa, encontram-se dois pequenos baús, rodeados por alguns outros objetos pequenos, como, por exemplo, jarro de flores, porta retratos, garrafas e livros. Ao som de uma música triste e melancólica, uma mulher (Katiane Negrão) entra em cena e, com uma vela, acende as  que lá estavam. Passa esta vela para um homem, que coloca um pano em torno da mão e continua a ação iniciada por esta mulher. Aos poucos, como uma música sutil que não se percebe quando começa, notei que não tinha mais ninguém em cena, além de uma velha, materializada pelas mãos deste homem (Dico Ferreira), e vestida pelo tal pano. Lembrei-me então que não sou muito próxima do teatro de animação, mas já era tarde. Já tinha sido arrebatada pelo espetáculo.
Este espetáculo conta a história de duas velhinhas que vivem juntas. Uma viciada em livros e em cigarros de maconha, enquanto a outra passa a peça inteira tentando seduzir a primeira, com jantar romântico, tango, flores etc. Sim, elas são homossexuais. Este enredo, segundo contaram os atores no bate-papo no fim da apresentação, choca ainda em muitos lugares. As pessoas não conseguem aceitar que pessoas idosas ainda sintam prazer com atividades tão banais quanto estas, e nem aceitam o fato de que as pessoas homossexuais envelhecem.  Mas isso não foi, nem de longe, o que mais chamou minha atenção.
O que me fascinou mesmo foi a execução do espetáculo. As mãos dos atores eram muito precisas tanto na manipulação dos objetos dispostos no cenário, quanto na composição das personagens, e com o auxílio da iluminação das velas, a forma do rosto destas, se tornava muito clara.  A fala das personagens se utilizava de um recurso muito conhecido no teatro, chamado gramelot. E este soluciona o possível estranhamento que se criaria caso a comunicação entre as personagens fosse com um texto “tradiocional”. Havia também interações com a platéia, e ver isso acontecer, era como assistir à “dualidade” vivida pelo ator.  Pois eles estavam atentos ao espaço, atentos às reações da platéia, mas respondiam como os personagens. A ponto de nem levantarem a cabeça ao se dirigir, com a mão, a alguém da platéia.
Tropeços foi me ganhando com o riso. Pouco à pouco eu ia me aproximando mais dessas duas velhinhas e ria muito de tudo o que acontecia, bem como todos que estavam ao meu lado. Quando, depois de muitas tentativas, elas se beijam parecia que a sala tinha alcançado o ápice de um possível gráfico de risadas, caso este fosse criado. Nessa hora os dois atores tinham a platéia nas mãos.
Então, uma delas some. Simplesmente some. Tinha morrido. E a que ficou só recomeça todas as atividades cotidianas, que executava com a outra, sozinha. A música melancólica do começo também recomeça, e aos poucos as velas são apagadas. Restando no fim apenas uma, próxima ao centro da mesa, criando um foco de luz na velhinha que estava chorando. Até que esta também se apaga, e enquanto aplaudo, percebo que também estava chorando.
Este final parece piegas, mas foi a melhor forma de descrever minha aproximação com este espetáculo. Foi tudo muito sutil. Exceto a morte. Mas, esta nunca é. E acho que isso justifica o nome do espetáculo. Afinal de contas, existe tropeço maior do que a morte?

sábado, 23 de outubro de 2010

Nota importante - A sutileza dos encontros me fascina.


Na faculdade estou em processo de mostra. E pra me desafiar, escolhi um personagem particularmente díficil, e depois de um tempo me perguntei se não teria sido um desafio grande demais...e bla bla bla. Mas não é sobre isso que vim escrever. Vim escrever sobre uma garotinha e um chiclete.
Hoje, tivemos ensaio e saí especialmente irritada, chateada, e achando que carregava o mundo nas costas, por conta daquela minha velha mania de ampliar as coisas. Depois de um tempo no ponto de ônibus, sob o sol e com fome, chega meu ônibus. Entro e sento-me na primeira cadeira, aquela reservada aos idosos, no lado direito, ligo meu mp4 e começo a mascar chiclete e a me distrair com meus pensamentos.
Em meio a tudo isso, o ônibus no qual estava se aproximou muito do fundo de outro ônibus, que estava mais à frente. Quando acordei dos meus devaneios por conta do quase-choque, vi uma menina, de no máximo 6 anos, olhando pela janela do fundo do ônibus que estava à minha frente. Ela não parecia espantada com o quase-choque, e olhava pra mim e dava risada. Depois começou a me dar lingua. 
Eu não entendi. E fiquei me perguntndo se era comigo . Mas não tinha dúvidas. Era para meus olhos que ela olhava.
Depois pensei...que menina mal educada. Me atacando assim gratuitamente. Parei de olhar pra ela e continuei mascando meu chiclete. Foi então que tentei fazer uma bolinha, e percebi que fazia o mesmo movimento "ofensivo" que a menina fazia. Aí eu entendi! Ela queria que eu fizesse bolinhas. Só isso!
Olhei pra ela de novo. Não sei porque senti a necessidade de lhe dizer que tinha entendido o que ela queria. Quando me voltei para ela, ela já estava com um chiclete...e mais, fazendo bolinhas. Começamos então um campeonato silencioso de bolinhas de chiclete. E eu perdia o tempo inteiro e ria muito com isso! 
Até que o ônibus em que ela estava parou num ponto. Ela acenou pra mim. Eu acenei de volta.E o meu ônibus seguiu. E eu também segui. 


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Censo 2010 - O adivinho


Um recenseador nunca é apenas um recenseador quando está em seu setor.Então aos poucos irei falando sobre as várias profissões que possuimos em nossas andanças.

O ADIVINHO

RECENSEADOR
Meu senhor, quantas pessoas moravam aqui no dia 31 de julho deste ano?

ENTREVISTADO
(com uma cara de 'Meu Deus, isso é óbvio!')
As mesmas de agora!

(O.O)
Bola de cristal, tarot, buzios, runas, quiromancia, horóscopo, psicografia. palitinho, par ou ímpar ou qualquer outra técnica milenar ajudaria mais e seria mais precisa do que isso! 

domingo, 10 de outubro de 2010

Tudo por Ela (Pouur Elle)

Hoje, depois de algum tempo numa correria louca, resolvi criar uma ilha de tranquilidade na minha linha do tempo, e tirei o dia para me dedicar a uma atividade abandonada : FAZER NADA.
Para completar esse momento resolvi sentar e assistir a um filmezinho. Olhei entre os filmes que tinha aqui em casa, já decidida a rever algum que tivesse gostado muito. Foi quando percebi que tinham muitos que ainda não tinha assistido. Dentre eles estava Tudo por Ela (Pour Elle). E bendita seja essa escolha.
Esse filme foi dirigido por Fred Cavayé, e conta a história de um casal francês, Lisa e Julian, que vivia tranquilamente com o seu filho, Oscar, até que Lisa ( Diane Kruger) é presa por assassinato. Depois de ler isso na sinopse pensei: Vai ser um daqueles filmes em que o marido luta e se mete em um monte de confusão pra provar a inocencia de sua esposa e o suspense estaria na descoberta do verdadeiro assassino, ou aqueles em que depois de fazer o espectador achar que a mulher é inocente, mostra que ela era culpada.Me enganei completamente. O que me deixou totalmente presa ao filme. Do começo ao fim.
Pra começar o filme deixa claro desde o começo a inocência da mulher, e de que forma ela foi incriminada, sem nenhum grande complor por sinal, e verdadeiramente por acidente.
Não tinha o que ser feito por Julian (Vincente Lindon). A não ser ver a mulher se matar na cadeia.
Então ele decide tirá-la de lá a força. Planeja uma fuga e a executa sem falar nada com Lisa. E isso poderia ser um fracasso para o suspense que o filme já havia criado, mas a forma como tudo aconteceu foi muito bem pensado.
Tinham muitos elementos de risco para o plano Julian, o que me dividia entre a certeza de que o plano daria certo, e que ele seria descoberto e teria que pagar por todos os crimes que cometeu. Coisas pequenas, como a foto de Lisa que chega no aeroporto a tempo de serem pegos, e o guarda que tinha visto ela entrar  troca com um outro que tinha acabado de chegar. Ou o passaporte falso que é visto pelo pai de Julian, e até certa parte do filme não se tem certeza de que foi recolocado no lugar em que foi encontrado.
Enfim. Superindico. Principalmente àqueles que estão cansado de filmes com mocinhos, injustiçados ,bonzinhos.

Meu compadre Roque

Na última sexta feira, depois de séculos sem ir a um show de Mari, fui à Praça Pedro Arcanjo, assistir ao seu mais novo show: MEU COMPADRE ROQUE. Esse show é em homenagem ao grande, e tão pouco valorizado, compositor baiano Roque Ferreira, que além de um grande amigo pessoal da cantora, foi muito importante para a sua carreira desde o começo, lhe presenteando com músicas lindíssimas como Abre Caminho, Cantigas de cangaceiro, Flor de Muçambê, Nonô, entre outras, em seu primeiro disco.
O repertóriodo do show é de alguma novas composições de Roque, e uma revisitação a algumas dessas músicas antigas já cantadas por Mariene de Castro em seus trabalhos antigos.Com os músicos sempre bem entrosados, com músicas tão lindas, com muitas flores e toda a luz de Mari, o show é lindo, e nem tinha como ser diferente.
Pra quem ainda não foi, fica a dica
.
Todas as sextas de outubro às 20 hrs, na Praça Pedro Arcanjo.
Ingressos: R$ 5,00 (inteira) e R$ 2,50 (meia)

Foto retirada do seguinte perfil :http://www.facebook.com/#!/salvadorupdate

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CENSO 2010 - Enquanto estamos à sós


Manhã de sábado. O sol não estava tão forte, embora já fosse quase 11 da manhã, e resolvi encarar a ladeira, que mais parecia uma montanha, de tão íngreme, e tentar realizar a minha cota de entrevistas do dia. Cheguei na casa indicada no meu computador de mão e através do portão podia ver uma senhora, que já deveria ter uns setenta e poucos anos, em pé olhando através de sua janela para o quintal de sua casa. Procurei uma campanhia e depois de não achar comecei a bater palmas. Depois de algum tempo ela notou minha presença, e eu calmamente me apresentei.
EU
(Aos gritos)
Oi. Eu trabalho para o IBGE.A senhora pode responder ao CENSO agora?!

Ao vê-la sorri, fiquei tranquila, afinal de contas tinha garantido um questionário nesse dia (e no começo da pesquisa isso sempre empolga). Esperei ela vir abrir, mas ela continuava parada, apenas sorrindo.

EU
(Meio sem graça)
Senhora?! A senhora pode responder ao CENSO agora?

SENHORA
(Ainda sorrindo)
Hã?!

EU
CENSO senhora? IBGE? A senhora pode me atender agora?

SENHORA
(Já sem sorri)
Hã?!

EU
( Já impaciente
CENSO!! IBGE!!

SENHORA
Hã?!

Contendo toda minha impaciencia, conforme fui treinada, fiz um gesto para que ela se aproximasse do portão, e ela assim o fez.

EU
(Agora aliviada por poder falar baixo)
Senhora, pode responder ao CENSO agora?

SENHORA
(bastante incisiva)
Olha minha filha, volte outro dia. É que agora eu estou muito ocupada.

EU
(Tentando ser convicente)
Mas senhora, nós não deveremos gastar mais do que 5 minutos. É super tranquilo.

SENHORA
Olha minha filha, eu estou cozinhando agora, não posso te atender.

EU
Mas se a senhora precisar parar no meio da entrevista eu posso esperar sem problemas.

SENHORA
(bastante incisiva novamente)
Nããão, minha filha. Eu sou muito responsável.

Quando achei, enfim, que a batalha estava perdida e que eu teria que realmente voltar outro dia, uma mulher aparece na janela no andar de cima.

MULHER
É recenseadora, é?!

EU
(quase que em tom de urgência) 
Sim

MULHER
Espera que eu já vou descer.

A senhora deixou que a mulher, que apareceu, abrisse o portão pra mim, e parece não ter notado o que a mulher me disse
MULHER
( Sussurrando)
Ela não é muito certa não. Na ausência do meu irmão, que é marido dela, eu respondo pela casa.

EU
Certo.

Depois das apresentações, sentei me confortavelmente na varanda e comecei a entrevista. Para completar a minha saga, esta casa foi escolhida para responder ao questionário mais completo, com aproximadamente 80 questões. A Mulher até que respondia rápido, se comparada a outras figuras que encontrei pelo caminho, e a Senhora, que não podia me atender por estar ocupada, supervisionou a entrevista toda, em pé ao meu lado. Quando chegamos nas perguntas referentes ao trabalho e escolaridade a Mulher teve que entrar, ligar para o irmão para obter as informações necessárias. Fiquei a sós com a Senhora.

SENHORA
(suspirando)
Ah! Como eu sinto falta do meu trabalho.

EU
Imagino!

SENHORA
Eu trabalhava na MESBLA. Conhece?!

EU 
MESBLA?

SENHORA
É...não é do seu tempo.Era uma loja que vendia de tudo. E eu tinha cargo de chefia lá. Quando eu chegava só via as pessoas correndo: " 'É'vem dona Senhora".

EU
(risos)

SENHORA
É..eu era muito rígida.

A Mulher voltou e continuamos nossa entrevista. Até que por algum motivo, que não me recordo ,a Mulher teve que entrar um pouco, e fiquei novamente sozinha com a senhora.

SENHORA
(suspirando)
Ah! Como eu sinto falta do meu trabalho.

EU
Imagino!

SENHORA
Eu trabalhava na MESBLA. Conhece?!

EU 
MESBLA?

SENHORA
É...não é do seu tempo.Era uma loja que vendia de tudo. E eu tinha cargo de chefia lá. Quando eu chegava só via as pessoas correndo: " 'É'vem dona Senhora".

EU
(riso amarelo)

SENHORA
É..eu era muito rígida.

Depois de um silêncio constrangedor, a Mulher voltou e finalizamos a entrevista.Chegou então a hora de fazer a entrevista da casa da Mulher, e ela achou melhor  fazermos isso na casa dela, no andar de cima.

MULHER
Espera um pouquinho que eu vou prender o cachorro. Porque ele é todo mal-educado e fica em cima das visitas.

EU
Certo.

Fiquei sozinha, pela terceira vez, com a Senhora.

SENHORA
(suspirando)
Ah! Como eu sinto falta do meu trabalho.

EU
Imagino!

SENHORA
Eu trabalhava na MESBLA. Conhece?!

EU 
(tentando ser doce)
Não

SENHORA
É...não é do seu tempo.Era uma loja que vendia de tudo. E eu tinha cargo de chefia lá. Quando eu chegava só via as pessoas correndo: " 'É'vem dona Senhora".

EU
(riso muito forçado)

SENHORA
É..eu era muito rígida.

Quando a mulher voltou eu a acompanhei quase que a empurrando pelas escadas, tentando me afastar o mais rápido possível daquela senhora que me obrigava a forçar o riso. Quando chegamos no andar de cima, vi que ela tinha vindo atrás, para superviosionar essa entrevista também. Olhava fixamente para a Mulher que entrevistava, com medo de que a Senhora achasse que eu queria ouvir alguma história dela se a olhasse. Tudo correu bem, sem nenhuma interferência.

EU
Pronto senhora. Encerramos. 
(Passando o PDA)
Só preciso que a senhora assine aqui.

MULHER
(Enquanto assina)
Quer um bolinho e um café?

EU
(docemente)
Não.

MULHER
(Me entregando o PDA e já saindo)
Ahh! Que nada...Vou pegar sim. Pra dar energia pra trabalhar.

EU
(rindo)
Tá bom.

Quando olhei pro lado, percebi que tinha ficado novamente sozinha com a Senhora.

SENHORA
Você trabalha desde quando com isso?

EU
(Aliviada)
Comecei ontem.

SENHORA
(suspirando)
Ah! Como eu sinto falta do meu trabalho.

EU
Imagino!

SENHORA
Eu trabalhava na MESBLA. Conhece?!

EU 
(apática)
Não

SENHORA
É...não é do seu tempo.Era uma loja que vendia de tudo. E eu tinha cargo de chefia lá. Quando eu chegava só via as pessoas correndo: " 'É'vem dona Senhora".

EU
(pequena contração muscular na face, semelhante a uma tentativa de sorriso)

SENHORA
É..eu era muito rígida.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nota importante- Não deixe nada pra depois

Não, esse não será um post para comentar a música de Pitty. Nem será um post com textos dignos de livros de auto-ajuda.Será apenas um post para compartilhar uma pequena afliçãozinha, que apesar de tantos diminutivos, incomoda bastante.
Aposto que vocês já se viram na seguinte situação:
Você tem muitas coisas para escrever (A), dentre essas coisas, metade são coisas que você DEVE escrever (B) e a outra metade são coisas que você QUER escrever (C). 
Logo: 
[ A = B+C ]

Até aí tudo certo, não?
Dentre as coisas que deve escrever (B), um terço você já deveria ter escrito(D), um outro terço são de coisas que ainda estão por vir(E), e um outro terço são de coisas que vc deve, mas também quer escrever (F).
Logo:
A = B + C , e sendo B = D+E+F, A = (D + E + F) + C, lembrando que F pertence [Quer].

Já tá complicando, não é? Mas não acabou.
As coisas que vc quer escrever estão na mesma situação das que você deve escrever: Um terço você já deveria ter escrito(D'), um outro terço são de coisas que ainda estão por vir(E'), e um outro terço são de coisas que vc quer, mas também deve escrever (F').

Logo:
A= B+C, e sendo C = (D'+E'+F'), A = [(D + E + F) + (D'+E'+F')]

Quando você se dá conta do tamanho que já está a sua equação começa a ficar paralisado, e não escreve nada. Ou seja, rendimento zero!
E situação vai crescendo, como essa sutil imagem que escolhi para ilustrar o blog.


Bem...é assim que estou!
Fiz essa maluquice toda aí em cima pra explicar que vou começar a escrever o que der na telha...o que significa que não seguirá uma ordem cronológica. Não se assustem! Pois os comentários do Filte, aparecerão entre os comentários atuais e os do CENSO...enfim!! Uma loucuuura! =D
Vamo que vamo!!! \o/