domingo, 31 de janeiro de 2010

Não quero que seja uma atriz global...



No ano de 2008, tive a honra de ser aluna de Sinval. O lendário professor de sociologia do CEFET. E dei sorte porque no ano seguinte ele saiu, então se eu tivesse sociologia em 2009 e não em 2008 não teria sido aluna dele.
Ele está hoje no Rio de Janeiro, por conta do seu doutorado, e veio me parabenizar pela aprovação no vestibular. Sinceramente me emocionei com suas palavras então resolvi postar aqui! Obrigada mais uma vez Sinval.



"Não quero que seja uma atriz global, quero que faça um teatro que fala da vida das pessoas simples, daqueles milhares de homens e mulheres que são vítimas de um mundo onde as coisas viram humanas e os homens viram coisas, quero, por fim, que reconstrua a possibilidade de fazer arte não como mercadoria, mas como a possibilidade de libertar os homens desse vazio cínico e frio que é viver em um mundo governado pelo capital, portanto, arte como possibilidade de nos tornarmos inteiramente humanos.
Fiquei muito feliz por sua aprovação, mas não era por isso que quero te parabenizar. O mais belo disso é você ter tido a coragem de fazer algo que amo, algo que enche tua alma e teu espírito. Sabe Laís, essa sociedade nos diz todos os dias que felicidade é ter coisas, eu posso de dizer que um mundo que liberte os homens, felicidade será estudar, pescar, fazer poesia, música e arte. Essa sua coragem de ousar, de sair daquilo que é tido como normal, como certo, é que me deixa orgulhoso de ter sido seu professor. Fazer arte em uma sociedade onde as relações humanas são mediadas por coisas, como, por exemplo, o dinheiro, não é uma tarefa simples, mas é uma tarefa capaz de ser realizada só pelos grandes seres humanos, você é um desses. Poxa, te desejo muitas felicidades."

sábado, 30 de janeiro de 2010

Passeeeei pohaaa!

Sempre imaginei como seria minha reação quando passasse no vestibular! Mas sinceramente o que estou sentindo não é nem de perto parecido com o que imaginei!
Aff..é uma sensação muito, muito boa..é um misto de tanta coisa.
Quando vi meu nome na lista, passou um filme na minha cabeça, dos dias de provas, da apreenssão, das risadas, dos choros.
Aiin..ainda estou em choque.Quando eu estiver com meu comprovante de matricula em mãos, respiro fundo e tento postar um texto que faça sentindo aqui!
No momento só tenho vontade de gritar...."aaaaaaaaaaaaaah...eu passei pohaaaaaaaaaaaaa!"

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Violência X Violência


Esse ano, ao contrário dos meus planos, só fui um dia para o Festival de Verão. Curti o show da minha ídola Mariene de Castro, é claro, e em seguida saí com minha parceira oficial do FV,Jejel pelas tendas, palcos alternativos e afins. Nesse meio tempo não presenciei nenhuma briga e achei que seria assim até o fim da madrugada em questão.
Até que chegou a hora do show do Psirico.
Eu honestamente DETESTO psirico mas estava só nessa, então desci, só pra não dizer que não pisei na pista do palco principal, e me aproveitando da minha cólica fiquei encostada assistindo o pessoal dançar, até que vi finalmente a atuação dos policiais.
Sinceramente, foi vergonhoso. Não tô dizendo que eles deveriam amolecer, mas não acho que instaurar o medo seja a melhor forma de se obter respeito.
Não acho que violência se acabe com mais violência.
Nas cenas em que vi, os policiais não sabiam, na verdade nem tentavam distinguir, o que era bagunça das danças e o que era bagunça de brigas, vi muita gente que estava apenas dançando apanhando, e muitos outros levarem varios tapas e cacetadas perdidas.

Sinceramente não sei onde está o problema, mas que temos um, temos sim! Agora cabe às autoridades responsáveis perceberem isso e tomarem as medidas necessárias.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

No Elevador do Filho de Deus

Por Elisa Lucinda



A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
Que eu já tô ficando craque em ressurreição.
Bobeou eu tô morrendo
Na minha extrema pulsão
Na minha extrema-unção
Na minha extrema menção
de acordar viva todo dia
Há dores que sinceramente eu não resolvo
sinceramente sucumbo
Há nós que não dissolvo
e me torno moribundo de doer daquele corte
do haver sangramento e forte
que vem no mesmo malote das coisas queridas
Vem dentro dos amores
dentro das perdas de coisas antes possuídas
dentro das alegrias havidas

Há porradas que não tem saída
há um monte de "não era isso que eu queria"
Outro dia, acabei de morrer
depois de uma crise sobre o existencialismo
3º mundo, ideologia e inflação...
E quando penso que não
me vejo ressurgida no banheiro
feito punheteiro de chuveiro
Sem cor, sem fala
nem informática nem cabala
eu era uma espécie de Lázara
poeta ressucitada
passaporte sem mala
com destino de nada!

A gente tem que morrer tantas vezes durante a vida
ensaiar mil vezes a séria despedida
a morte real do gastamento do corpo
a coisa mal resolvida
daquela morte florida
cheia de pêsames nos ombros dos parentes chorosos
cheio do sorriso culpado dos inimigos invejosos
que já to ficando especialista em renascimento

Hoje, praticamente, eu morro quando quero:
às vezes só porque não foi um bom desfecho
ou porque eu não concordo
Ou uma bela puxada no tapete
ou porque eu mesma me enrolo
Não dá outra: tiro o chinelo...
E dou uma morrida!
Não atendo telefone, campainha...
Fico aí camisolenta em estado de éter
nem zangada, nem histérica, nem puta da vida!
Tô nocauteada, tô morrida!

Morte cotidiana é boa porque além de ser uma pausa
não tem aquela ansiedade para entrar em cena
É uma espécie de venda
uma espécie de encomenda que a gente faz
pra ter depois ter um produto com maior resistência
onde a gente se recolhe (e quem não assume nega)
e fica feito a justiça: cega
Depois acorda bela
corta os cabelos
muda a maquiagem
reinventa modelos
reencontra os amigos que fazem a velha e merecida
pergunta ao teu eu: "Onde cê tava? Tava sumida, morreu?"
E a gente com aquela cara de fantasma moderno,
de expersona falida:
- Não, tava só deprimida.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Coisas que não se aprendem - Nota importante


Tem coisas que realmente não se aprendem!
Pelo menos isso acontece comigo, e sinceramente não acho que tenha algum disturbio de aprendizado.

Um exemplo é...
  • Não deposite suas maiores expectativas em Seres humanos, eles falham e te frustram. O risco de decepção, é iminente.
No primeiro momento depositei minhas expectativas em Fulano, me frustrei, me decepcionei e disse que aprendi com o erro.
No segundo momento encontrei Beltrano e achei que ele fosse diferente de Fulano ( o que era obvio por sinal), por isso depositei novamente minhas expectativas, em seguida me frustrei, me decepcionei e dessa vez falei: Não, eu não tinha aprendido, agora sim aprendi.
O mais incrível é que encontrei Cicrano, e comecei a achar que ele era diferente de Fulano e Beltrano... o fim dessa história é tão certo quanto a presença de Helenas nas novelas de Manuel Carlos.

Tá, eu assumo...meu coração deve ter algum distúrbio de aprendizado. (Risos)