sexta-feira, 2 de abril de 2010

Do jaleco aos pés descalços




Depois de muito tempo sumida, resolvi dar o ar da graça!
Primeiramente pensei em fazer uma espécie de retrospectiva do que aconteceu nesse período, mas depois mudei de ideia, se na hora em que aconteceram não foram suficientemente inspiradores para estar aqui, é porque não merecem estar aqui!

Minha vida tem girado em torno da UFBA. Mas precisamente da Escola de Teatro da UFBA. E incrivelmente lá se foi uma unidade. Esse mês, pra mim, passou simplesmente voando.
Na quarta feira Hebe Alves, minha nova ídola(rsrsr), propôs em aula que fizessemos um resumo do que tinha sido para nós essa primeira unidade, foi então que percebi e resumi pra mim em apenas uma palavra: Desconstrução.
Sim, de tudo. Primeiro tive que descontruir a visão que tinha de ator, e entendi que ser extrovertida, ter boa memoria para textos e ser criativa não é ser atriz.É ser extrovertida, criativa e boa memorizadora. Mas ser atriz é mais do que isso.
Ser atriz é se apropriar de outros perfis psicologicos como se fossem seus, é emprestar seu corpo e suas emoções para que o personagem se manifeste, sem esquecer de que mesmo aquilo sendo um reflexo da realidade, é uma "grande mentira". É ter presença cênica. É saber interagir com o grupo e saber passar o que quer pra eles e receber deles o que mandarem. Enfim...é ainda muito mais do que isso também.
Depois tive que passar por um processo de desconstrução na parte de pesquisa. Passei 4 anos da minha vida aprendendo a fazer pesquisas em exatas, e da pesquisa em exatas para a pesquisa em humanas é um mundo. Sem exageros. Não é por acaso que minha professora de Introdução a pesquisa em Artes Cênicas é uma psicóloga.

E fora das paredes daquele edíficio foi um mês também bem intenso.
Conheci um lado negativo do sonho. Aquele que nos prende a ele e não nos deixa viver de fato. E como disse Cazuza uma vez "sonhar só não dá em nada, é uma festa na prisão".Então tive que me policiar pra dar uma murchadinha no meu balão de fantasia.
Conheci um lado positivo da solidão. Que foi a liberdade para pensar (parece contraditório né?). Sim. Pensar. Sem a interferencia das outras pessoas, por mais próximas que sejam de mim, e com isso colocar alguns pensamentos em ordem.
Conheci também uma outra face da tristeza. Aquela que fica. Sem motivo, mas fica.Sem precedentes,visíveis no primeiro momento, mas fica.O que para alguns se chama depressão. E sinceramente depois de uma aula de Pesquisa (oh que coisa!) eu me toquei para uma coisa óbvia, mas que fica escondido aos olhos do deprimido (essa história vale até um post): Eu não sou feliz!E não tenho nenhuma obrigação disso. Eu FICO feliz, mas na maior parte do tempo vivo no concreto, é onde construo minhas escolas, palácios e matadouros.Mas isso também não significa que eu SEJA, nem que tenha a obrigação de SER triste. Afinal somos humanos e seres humanos são complexos, não existe só o sim, ou não, tem o talvez. Não existe só o triste e feliz, tem o terceiro incluído.
Conheci também uma outra face da amizade. Aquela que ouve mais do que fala.Aquelas que não são, e nunca foram presenciais se mostraram muito mais ricas nesse meu momento.

Nossa! Acabei fazendo uma espécie de retrospectiva! huahauhauhauha

2 comentários:

caique disse...

Desde qnd vc escreve bem assim, hein?
Gostei

Lais Machado disse...

uahuahuah
Valeu!