segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quinta vez, nada mais!

No sábado, assisti, pela quinta vez, 'Uma Vez Nada Mais' e me espantei quando notei que ainda não tinha comentado sobre ela aqui no blog. Resolvi, então, corrigi esta falha! 
Pra começar, irei repetir aqui o que está escrito em todos os programas que peguei, e em todos os resumos pela internet que achei: É uma peça que trata do universo feminino, inspirado no cinema mudo.
Esta última informação me deixou meio receiosa quando fui assisti pela primeira vez. Pensei: Será que aguento assisti 55 min de peça, sem uma fala!? Não só consegui, como nem vi o tempo passar. É uma peça fantástica.
Nem sei o que começo comentando... bom...acho que começarei pela história. Que é muito simples. Uma costureira que passa a peça inteira esperando que seu telefone toque, e ela consiga finalmente falar com seu amado. Ela é responsável pelo vestido de casamento de uma outra mulher que é bem resolvida e já está de  casamento marcado. Esta tenta ajudar a primeira a ser mais orgulhosa mas no meio do caminho sua vida também começa a desmoronar. 
O cenário, que é constituído por duas salas, uma da costureira (Aícha Marques) e a outra da noiva (Maria Menezes). E acho que à primeira vista já cumpre o seu papel de ambientar a peça.O que serve para separar a sala dos "outros cômodos" da casa é um biombo, que não sei se semiológicamente quer dizer alguma coisa, mas que tem as cores invertidas. E de fato a vida delas é uma o avesso da outra.
Tem duas coisas que me fascinam na parte técnica de uma peça: A iluminação e a sonoplastia. Mas merecem destaque nessa peça. Elas "são dois personagens da peça", como disse Maria Menezes no último sábado. E de fato o são. Uma vez que elas não falam nada, os diálogos são estabelecidos com as músicas (não digo nem as radionovelas dubladas por elas) e a iluminação acompanha este fluxo. Isso sempre foi muito claro pra mim, mas no sábado vi a diferença que faz. Como uma "expert " da peça, notei alguns atrasos e alguns adiantamentos no decorrer da peça. Quando terminou Maria agradeceu ao operador de som, que havia substituído o antigo no dia anterior. Estava justificado.
Bem, por último, gostaria de falar do trabalho das atrizes. Isso é, sem dúvida, o que mais chama minha atenção. Algumas vezes esquecemos que estamos no teatro e nos vemos numa sala de cinema de filmes antigos, com direito, inclusive, aos deleys'zinhos oriundos da configuração dos esquemas de filmagem antigos. Maria Menezes e Aícha Marques formam uma dupla maravilhosa.  Não acompanho a carreira das duas para poder usar outros exemplos do sucesso dessa parceria, mas pelo que vi em 'Uma vez, nada mais' se houveram, deram super certo. Não tenho dúvidas.
O trabalho de corpo é incrível, aí falo principalmente de Aícha Marques. Não foi a toa o prêmio de melhor atriz no Braskem desse ano (Quero ser assim quando eu crescer.).
O espetáculo ganhou o prêmio de melhor espetáculo no Braskem e no festival de Guaramiranga, desta vez através do júri popular (o que é melhor ainda, eu acho) e de melhor atriz no Braskem. E ainda não me conformo por ter perdido o de melhor direção. Afinidades à parte, a "costura " do espetáculo foi muito bem feita, e as soluções para o entendimento da trama, sem o uso da fala também são ótimos.
Enfim...parece que vai voltar a ficar em cartaz. Quem ainda não foi, vai lá ver . Se bobiar a gente até se encontra por lá! (hauhauhauhha)

3 comentários:

Anônimo disse...

A peça é realmente incrível e acredito na sua paixão pelo espetáculo. Não só pelas cinco vezes,mas como também pela forma como você descreve. Sua paixão pelo teatro é muitas vezes fascinante.

Hilda disse...

Laís, o último comentário foi meu!

Enoe Lopes Pontes disse...

Você ama mesmo essa peça viu?