quarta-feira, 11 de agosto de 2010

E se, e somente se.

E se hoje eu resolvesse dizer só a verdade? Quantas pessoas eu conquistaria? Mas em contrapartida, quantas magoaria? E o que valeria mais à pena?
E se ontem eu tivesse lido aquele livro, o que eu teria feito hoje, enquanto estava sentada no ônibus à caminho da faculdade? Mas quantos livros deixei de ler por ainda não ter completado essa leitura?
E se antes de sair, bebesse um copo de água? Ou não tivesse voltado para trancar a porta que havia deixado aberta? Teria encontrado, exatamente quem meu coração queria encontrar, no lugar em que estava, em frente a uma faixa de pedestres, em meio a uma multidão, esperando que o sinal vermelho se acendesse?
E se não gostasse de animais? Será que teria algum para gritar que se calassem? Mas teria dado tantas risadas com demonstrações de "personificação", ou com  tentativas fofinhas de chamar atenção, com os bichinhos de quem?
E se eu gostasse de pagode, ao invés de música clássica? E se preferisse suco de beterraba, ao invés do de laranja? E se preferisse macarronada ao invés de lasanha?
E se naquele dia eu tivesse chorado, ao invés de sorrido? Se ao invés de calar eu tivesse gritado? Se ao invés de fugir eu tivesse tentado? Se ao invés de cortar os cabelos, eu tivesse pintado? Se ao invés de abaixar a cabeça, eu tivesse encarado? Se ao invés de falar eu tivesse escutado? E Se ao invés de tanta coisa, eu tivesse feito outras tantas coisas?
Se apenas uma coisa tivesse sido diferente, todo o resto também seria. 
Se apenas um segundo tivesse sido diferente do que foi, nada seria como é. 
E nunca saberei de que forma seria melhor, porque, afinal de contas, as coisas que nunca fiz, as palavras que nunca disse, os lugares por onde nunca passei serão, para sempre, suposições. E nada mais.
Se, e somente se....

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