sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Felicidade x Liberdade


Passaram-se milhares de anos desde o surgimento dos seres humanos em nosso planeta.Desde então a humanidade descobriu muita coisa: que juntos podiam sobreviver por mais tempo, como produzir fogo, e dentre muitas outras invenções encontra-se a que é considerada um marco na história da raça humana: O desenvolvimento da fala e posteriormente da escrita.
Esses dois últimos acontecimentos foramm suficientes para que os humanos se julgassem superior aos outros animais. Sim, pois possuiam o bem maior que existia, que os tiravamm da condição de dominados pelo meio em que viviam (como vivem até hoje os "outros" animais) e os colocavam na condição de dominadores. Eles tomaram consciência de que possuíam racionalidade.
Entretanto essa chamada racionalidade passou a ser questionada. Será que realmente é isso que nos diferencia dos outros animais, e nos coloca em um único grupo?Foi então que começaram a surgir os grandes pensadores.
Surgiram então três perguntas, cuja dimensão das mesmas é entendida por poucos, que já tentaram ser respondidas por muitos, mas um consenso é impossível: "Quem sou eu? De onde vim? E pra onde vou?"
Quanto mais a humanidade se questionava, mais via que sabia muito pouco, e poucos tiveram a coragem de Sócrates de assumir sua ignorância ao dizer a célebre frase "só sei que nada sei". Aos poucos, para alguns, descobrir que não sabiam qual era o sentido de suas vidas, viver tornou-se um fardo, para outros a saída era transformar pessoas ou coisas em sua razão de viver, atribuindo a suas vidas um novo sentido.
Ao começar a se questionar, o homem também tem que enfrentar uma nova "descoberta": Ele é livre.
Sim, livre.Para fazer qualquer coisa, a qualquer hora, por qualquer motivo, em qualquer lugar.
Mas se ao longo de sua existência uma das buscas do homem sempre foi a liberdade, por que isso seria um fardo? A resposta é simples: Ao se descobrir e se assumir um ser livre, o homem é automaticamente obrigado a assumir a responsabilidade por todos os seus atos. Não existem deuses, leis, normas, situações, circunstâncias, pessoas que o obriguem a fazer nada. Se ele fez algo foi porque assim o quis, foi porque assim o escolheu, mesmo que tenha escolhido fazer algo condenável.
Ao escolher fazer algo, o homem tem que arcar com as consequências de seus atos, e isso o angustia. Segundo Sartre "A angustia é a consciência da própria liberdade" e "o pensamento mais angustioso de todos é quando, num dado momento, nós não sabemos como nós iremos nos comportar no momento seguinte". Por isso muitos passam a agir de má fé, se abstendo das responsabilidades, fingindo que não são livres.
Segundo Sartre, também, a vida é "uma consciência infeliz", talvez por isso muitos prefiram permanecer adormecidos em sua ignorância, porque talvez julguem que só assim serão felizes. E como disse Ernest Cline "...na verdade, eles (os homens) são os únicos animais que pensam que deveriam ser felizes, todos os outros animais podem simplesmente ser..."

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