terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Piano


Encontrava-me em uma de minhas andanças (doentias) de férias pela internet, e dessa vez o site escolhido foi o Youtube. Buscava vídeos de músicas tocadas em piano, começando por beethoven, passando por Yann Tiersen e indo parar em temas de filmes. Até que me deparo com a música tema de um filme chamado "O Piano". Tinha deixado a música tocando e ido fazer uma das milhares de coisas que costumo fazer ao mesmo tempo quando estou online. E me apaixonei pela música. Não sei dizer porque, só sei que me tocou.
Fui até a aba do youtube e coloquei pra repetir, e dessa vez notei que tinham cenas do filme no vídeo, e me interessei. Procurei sinopses e me interessei mais ainda. Resultado: Baixei o filme.
Meu Deus!! Que filme!!
O Piano é um filme de 1993. É um drama, que se passa na Era Vitoriana, escrito e dirigido pela neozelandesa Jane Campion. E conta a história de uma mulher que escolheu parar de falar aos 6 anos de idade, Ada McGrath, por um motivo desconhecido até por ela. Ela tem uma filha, fruto de um relacionamento seu com um professor de piano que teve, e se muda com esta filha para Nova Zelandia, ainda no começo da colonização desse país, pois teve um casamento arranjado por seu pai com um explorador do local, Stewart. Por ser muito grande, pesado e de díficil locomoção Stewart não permite que Ada leve o piano. Sem saber que era através dele que ela falava. Não era com a linguagem de sinais, nem com as notas  no papel, era com a música que Ada dizia e contamizava os outros com o que sentia. E escolher não levar o piano foi um péssimo começo de relação.
É aí que entra Baines, que trabalhava com Stewart e começou a se interessar por Ada.
Ele troca o piano, por um pedaço de terra com Stewart e pede para que ele permita que Ada lhe dê aulas de piano. A contragosto Ada aceita a proposta, e chegando lá recebe uma ainda maior. Baines queria" fazer coisas enquanto" Ada tocava. E lhe devolveria o piano, tecla por tecla, a cada aula.
Aos poucos eles negociavam a quantidade de teclas do piano de acordo com a intensidade do encontro, que foi aumentando gradativamente. Depois de algumas teclas, Ada, sem perceber, já está envolvida com aquele "ignorante que não sabe nem ler" (como o chamava), mas a esta altura a filha dela já tinha sido conquistada pelo seu novo pai, Stewart, e a sinceridade infantil acaba causando um caos.
O roteiro desse filme é incrível, e surpreendente. Foge do lugar comum. Além de ser muito, mas muito, emocionante. A trilha sonora é encantadora. Para amantes do piano como eu então, nem se fala.
E o que dizer de Holly Hunter (Ada)? Não sei quem concorria com ela ao Oscar  em 1993, mas  deve ter sido merecidíssima sua premiação. Ela consegue dar vida a uma personagem tão confusa, tão complexa, e ...e ... (me faltam palavras), sem o uso de uma fala. O olho daquela mulher dizia tudo. Isso é que eu chamo de ação interna..srsrs.
Ahh...chega..não sei mais o que dizer...
Aliás acho que é exatamente por isso que estou tão encantada pelo filme. Porque não sei o que dizer. Me tocou de uma forma tão profunda que não consigo descobrir ao certo onde tocou. Nem porque tocou. Só sei que tocou. E isso basta para mim.

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